sábado, 10 de março de 2012

VIDAS SECAS EM CORDEL

Não queremos, caro expectador,
Deixá-la entediado
Com fato de sofrimento e dor
Que por nós  será contado
É a grande história
Do grande Fabiano e sua sinhá Vitória...

Para a novilha voltar ao curral
Cruzou dois gravetos e rezou
Seguia o rastro do animal
Se não morreu, ele pensou
Sua oração era forte
Entregou-a  à própria sorte

Fabiano seguia em frente
Com sua cachorra Baleia
Saltitando à sua frente
Farejando a areia
Procurando a novilha
Que deixou uma trilha.

Fabiano parou e pensou
Que já havia passado fome
Que de seu só tinha o nome
Ele era um coitado
Que a vida deixou de lado.

Até bicho ele se achava
Tinha orgulho - “Ora essa!”
Enquanto ele matutava
Como aguentava uma vida dessa
Só bicho assim podia
Viver sem moradia.

Da fazenda ele se apossou
E quando o fazendeiro chegou
Imediatamente os expulsou
Mas ele se fez de desentendido
Foi muito precavido
E seu serviço lhe prestou



Tinha um jeito desengonçado
Não sabia nem falar
Preferia ficar calado
E só com os bichos conversar
Nem com os filhos se entendia
Brigava todo dia

A miséria se fazia presente
Sinhá Vitória reclamava
E pra deixá-la contente
De uma cama precisava
Pra Fabiano ela pedia
Aquilo que mais queria

Fabiano se preocupava
Com o destino dos pequenos
Pra vida que os esperava
Que fossem duros, ora menos

Seus filhos estavam à toa
Levando a vida numa boa
Ele só queria ter educação
Saber se comportar
Como seu antigo patrão
A quem passou a admirar
Tendo que se orgulhar
Porque sabia como falar.

 (Uma produção dos alunos da 8ª B do CEMB) 

Itabaiana, dezembro de 2011

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